domingo, 8 de junho de 2014

VIDA DE SANTOS ESPECIAL:SÃO PEDRO


São Pedro

Um dos doze apóstolos. Aparece sempre em evidência nos Evangelhos, sendo conhecido também pelos seguintes nomes: Simão, Simão Pedro, Simão Barjona (filho de João ou Jonas). Seu nome real deveria ser Simeão, mas por influência do grego (Símon) foi corrompido para Simão, assim como o termo Pedro é a tradução grega do apelido que Cristo lhe deu, Cephas ('rocha', em gr. Pêtros). Nasceu na Galiléia. Seu sotaque regional o atraiçoou na noite em que Cristo foi preso.

Exercia o oficio de pescador no mar da Galiléia, em sociedade com o irmão André e os dois filhos de Zebedeu: João e Tiago. Sabe-se que era casado, por viver com a sogra em Cafarnaum, Mc 1,30. Conheceu Jesus, quando lhe foi apresentado por André, às margens do Jordão, onde tinha ido com seus sócios, atraído pela fama do Batista. Jesus, desde a primeira entrevista, olhando-o com simpatia, anunciou-lhe que seria pescador de homens, no futuro.



De acordo com a narrativa evangélica, tinha um temperamento veemente e espontâneo, leal e generoso, de iniciativas ardentes e de raciocínio rápido, ao mesmo tempo que era precipitado e um tanto timorato. Se confessou resolutamente a divindade de Jesus, junto aos doze, em Cesaréia de Filipos, negou três vezes que o conhecia aos soldados que acabavam de prendê-lo. 


Erasmo, a propósito, notou que o chefe da religião cristã começara seu apostolado renegando Cristo, enquanto que o legislador da religião judaica, Moisés, iniciava a religião do povo eleito com as cenas da adoração do bezerro de ouro. Paulo confessa que resistiu frontalmente a algumas ideias de Pedro na primeira reunião em Jerusalém (concílio). 


O ponto de disputa era o tratamento dos gentios (não judeus) convertidos ao catolicismo. Paulo saiu vitorioso, mas isto não nega a notável preeminência de Pedro, na comunidade cristã primitiva. É mencionado 23 vezes no Evangelho de Marcos, seu discípulo; 24 no de Mateus, que o exalta mais do que qualquer outro; 27 no de Lucas; 39 no de João; e 182 vezes, ao todo, no Novo Testamento.


Por isso, é incontestável sua liderança no início da vida cristã. 


Fora dos Evangelhos, poucas são as fontes históricas a seu respeito. Pela leitura dos Atos dos Apóstolos, conclui-se que estava mais absorvido na administração da comunidade cristã do que na propagação da 'boa nova cristã', como o apóstolo Paulo.


A referência à morte de Pedro, no último capítulo do Evangelho de João, é obscura, embora talvez fosse suficiente para o entendimento dos primeiros cristãos. "Em verdade (fala Cristo) te digo que, quando eras jovem, tu te vestias e ias aonde querias, mas, quando fores velho, serás levado pelas mãos e outro te cingirá e te levará aonde não queres ir." A tradição posterior interpretou este prognóstico de Cristo como sendo o anúncio de que Pedro seria martirizado. 


A mesma tradição o considera como o primeiro bispo de Roma, sendo, porém, de observar que, na época, como muito depois, não havia, na cristandade, nenhum bispado organizado, o que somente veio a se concretizar, na lgreja, nos fins do segundo século. É, porém, fora de dúvida ter sido Pedro o chefe da comunidade cristã em Jerusalém, após a morte de Cristo, sendo, como tal, preso duas vezes (At 4,3 e 5,18). 


Quanto à sua morte, também tudo é duvidoso. João, com as palavras enigmáticas do seu Evangelho, parece querer dar a entender que a morte de Pedro foi consequência de sua avançada idade e que as peias à sua liberdade foram devidas a alguma doença que lhe impedia os movimentos. No começo do séc. III, mostravam-se, porém, no Vaticano, as sepulturas de Pedro e Paulo. 


Fizeram-se, há pouco tempo, escavações no subsolo da basílica de São Pedro, em Roma, pesquisando a tumba do apóstolo; até agora, contudo, apesar da seriedade dessas investigações, apenas se concluiu que o lugar fora um cemitério cristão.


Pedro é um dos santos mais populares da cristandade. Sua festa, a 29 de junho, é dia santo e em alguns setores profissionais, no Brasil, é comemorada com feriado, assim como no campo é festejada com fogueiras. Correm pelo sertão brasileiro várias histórias de São Pedro, onde aparece como personagem astuto, ladino, mas assim mesmo um tanto ingênuo. Sua função de 'chaveiro do céu' é motivo) para um anedotário popular. Lindolfo Gomes, em Contos populares, reuniu variado elemento folclórico a seu respeito, que caracterizou como 'ciclo de São Pedro'. (A. X. T.)



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